sábado, 13 de fevereiro de 2016

O homem que matou JFK







( Isso aqui saiu no Pasquim21, lá por 2002 ou 2003, e creio que foi assinado pelo Sílvio Lancelotti )

Na verdade Filippo Sacco, Johnny Roselli tinha seis anos quando sua mãe o levou da Itália aos EUA, em busca do pai - então já instalado na região leste de Boston, Massachussets. O, pai, porém, logo morreu, a sua mãe se casou de novo - com um maluco beberrão, e o garoto, aos 13 anos de idade, se emaranhou num episódio inusitado. A sua casa se incendiou, por culpa do padrasto - que acusou o moleque. Furioso, Felippe fugiu de casa, para nunca mais voltar. Viajou até Chicago, e lá, se aproximou da quadrilha de Al Capone, que lhe propiciou a sua nova identidade. Uma combinação insólita de matador e diplomata, rapidamente evoluiu na gangue e se transformou no seu embaixador na crescente Hollywood. Durante toda década de 30, Roselli arrecadou cerca de US$ 1 milhão, extorquindo os magnatas do cinema!

Amicíssimo e braço direito de Sam Giancana, ajudou-o a costurar as ligações da Máfia com a CIA, na época da fracassada tentativa de assassinato de Fidel Castro, a "Operação Mangusto", e também da frustrada invasão da Baía dos Porcos, em Cuba. Na sua ação mais audaciosa, conforme admitiu a vários companheiros da Cosa Nostra, como Bill Bonanno, Roselli desferiu os tiros que efetivamente mataram John Kennedy. Embora os seus informantes no submundo do crime já tivessem, desde 1963, disseminado a maioria dos detalhes da sua história, o governo e a Justiça dos EUA jamais checaram a veracidade ou a procedência da confissão de Roselli - enfim escancarada, publicamente, em 1999, no livro autobiográfico de Bonanno.

No apogeu do Caso Watergate, em 1974/75 o Senado dos EUA encarregou um subcomitê de investigar alguns episódios suspeitos na história recente do país. Giancana foi fuzilado no dia 19 de Junho de 1975, cinco dias antes de testemunhar. Roselli assumiu sua participação na "Operação Mangusto". Ninguém lhe perguntou nada a respeito da morte de John Kennedy. À saída do Congresso, seu advogado o aconselhou a contratar seguranças. Roselli refutou, com uma gargalhada: "Quem vai querer o fim de um velho como eu?".

Morava pertinho de Miami, em Julho de 1976, quando, em determinada noite, anunciou à família que sairia a comprar cigarros - e, sumariamente, desapareceu.

Uma patrulha da Guarda Costeira norte-americana encontraria parte de seu corpo, dentro de um galão de óleo, a flutuar nas águas da baía Biscayne da Flórida.

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